Que sorte, que sina!
Cruel é meu fado
Viver separado!
De um anjo fiel
Que valem belezas
Da verde campina?
Da flor purpurina
Que importa seu fel?
Tarde, bem tarde
Aos pés de uma fonte!
Perguntei ao monte
Que mal que eu te fiz?
O monte, não sabe
Notícias da amada
A fonte é calada!
Se sabe, não diz
Nas margens de um rio
Num velho ingazeiro
Levei dia inteiro
Por ela à chamar
Um canto saudoso
De longe se ouvia
Ninguém respondia
Meu pus a chorar
Com ela, eu vivia
Cantando ou carpindo
Ventura fruindo
Num terno gozar!
Com a leve biquinho
Seu peito arrufado
Com tanto cuidado
Me punha a catar
Num velho ingazeiro
Depus o meu ninho
Que chora sozinho
Sem ela e sem mim!
Tão grande trabalho
Me deu seu fabrico
Tecendo com o bico
Penugem, capim